Inquérito parcial sobre a operação foi enviado à Justiça
O prefeito de Alvorada afirma que os indícios de irregularidades apontados pela Polícia Civil não passam de perseguição política. O inquérito parcial sobre a Operação Cartola, que investiga supostas fraudes em oito prefeituras gaúchas, foi enviado à Justiça. A suspeita é que uma empresa de publicidade seria beneficiada em contratos em troca de apoio para políticos. Uma das prefeituras envolvidas seria a de Alvorada.
A Rádio Gaúcha teve acesso ao relatório policial, que mostra um diálogo gravado entre um sócio da empresa e o dono de uma gráfica. Na conversa, eles falam que o prefeito teria recebido R$ 42 mil para pagar dívida de campanha.
O prefeito de Alvorada, João Carlos Brum, do PTB, diz que o diálogo envolve terceiros e ocorreu três anos e meio depois da campanha. Ele salienta que as contas estão acertadas e indício não condena ninguém.
— Essa operação é política, estou sendo perseguido politicamente. É um absurdo, nada de concreto, erraram o bote — alegou Brum.
Ouça o que alegou o prefeito de Alvorada:
http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default.jsp?uf=1&local=1§ion=Geral&newsID=a3470699.xml
Em entrevista no Gaúcha Atualidade, o delegado Eduardo Hartz, do Deic, garantiu que o relatório, mesmo parcial, já aponta irregularidades em Alvorada. A Polícia analisou cerca de 30% dos documentos e ainda pretende ouvir 40 pessoas.
O relatório parcial foi encaminhado à Justiça para que o órgão competente julgue prefeitos, que têm foro privilegiado. O inquérito ainda aponta supostas irregularidades em relação aos prefeitos de São Sebastião do Caí, Cachoeirinha, Parobé e Tramandaí, que disseram estar averiguando a situação ou não se pronunciaram.
Supostos contratos de R$ 30 milhões:
Ação da polícia investiga irregularidades em contratos avaliados em cerca de R$ 30 milhões. De acordo com o delegado Joerberth Pinto Nunes, a a PPG Comunicação venceria licitações, subcontrataria serviços superfaturados, e pagaria propina a funcionários públicos.
Para a polícia, a PPG funciona apenas como uma empresa de fachada.
— A prefeitura contrata a PPG para a execução de diversos serviços, muitos destes fora de seu objeto social. Nós pretendemos mostrar ao juízo que o modus operandi da PPG é o mesmo em todas as prefeituras — explicou o delegado.
Além da PPG Comunicação, a MAC Engenharia é investigada por prestar serviços à prefeitura de Alvorada, suspeita de adquirir compras sem processos licitatórios. Atrás de elementos que comprovem a prática do desvio de dinheiro público, a polícia apreendeu documentos e computadores em onze cidades gaúchas.
Em espécie, foram recolhidos em torno de R$ 150 mil. Segundo Nunes, os documentos apreendidos serão analisados e servirão de base para futuros indiciamentos. A conclusão da investigação deve ocorrer em 60 dias.
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