A bancada do PT na Assembléia Legislativa reuniu-se extraordinariamente na tarde deste domingo (10) para analisar as denúncias publicadas na última edição da revista Veja sobre corrupção no governo Yeda Crusius e sobre o uso irregular de recursos de campanha para a compra da casa da governadora. A publicação revela o conteúdo das gravações de conversas entre dois ex-assessores de Yeda, Lair Ferst e Marcelo Cavalcante. A revista teve acesso à 1h30 das gravações e os petistas querem acesso às 10h do diálogo. Na entrevista coletiva concedida após a circulação da revista, a própria governadora reconheceu a existência do diálogo dos seus ex-assessores e a viúva de Cavalcante, Magda Koenigkan, afirmou à revista que o governo pressionava o seu marido para negar que a voz fosse sua.
“Diante dessas novas denúncias, estamos atualizando o pedido de CPI e vamos conversar com todas as bancadas. A sociedade exige firme ação do Parlamento Estadual e somente as investigações de uma CPI poderão responder a este sentimento de impunidade e esclarecer o povo gaúcho”, sintetizou o líder da bancada, deputado Elvino Bohn Gass, após tratar o tema com os deputados Daniel Bordignon, Fabiano Pereira, Stela Farias e Ronaldo Zülke. O PT também quer uma auditoria para esclarecer a origem de pagamentos de hospedagens de Cavalcante e de festas na casa de Yeda e sobre o fato de os R$ 200 mil, doados por uma empresa fumageira, não constar na prestação de contas da campanha da governadora. Há mais de 30 dias, a bancada do PT espera uma resposta do governo sobre um pedido de informações a respeito da compensação de créditos de exportação a empresas fumageiras. Às 15h desta segunda-feira (11), a bancada do PT reúne-se com a direção da OAB/RS e também tem encontro com deputados do PSB, do PCdoB e do PDT. “Vamos conversar com todas as bancadas para garantirmos as 19 assinaturas necessárias para a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito”, frisou Bohn Gass, ao observar que essas novas revelações comprovam a necessidade de dar continuidade às investigações da CPI do Detran, que já apontavam muitos dos fatos que surgiram agora. Para os petistas, as informações da Operação Solidária são fundamentais para esclarecer esse cenário. Para entender o escândalo "O caixa dois do caixa dois" é o título da matéria da edição da revista Veja que revela o conteúdo das gravações de conversas entre dois ex-assessores de Yeda sobre a utilização irregular de recursos de campanha para a compra da casa da governadora. Entre outras coisas, a matéria dá conta de que Marcelo Cavalcante entregou a Carlos Crusius R$ 400 mil doados pelas empresas fumageiras CTA Continental e Alliance One, e que os recursos foram desviados para contas pessoais do casal com a anuência de Yeda. Além disso, expõe que a agência de publicidade DCS - que hoje atende o Banrisul - responsabilizava-se pelo pagamento das diárias de hotel de Cavalcante e pelos jantares que a governadora fez antes e depois da eleição. E que o Sindicato da Indústria da Construção de Estradas (Sicepot) enviava mensalmente ao gabinete da então deputada Yeda Cruius R$ 10 mil, que iram diretamente para ela por intermédio de Walna Vilarins, atual coordenadora de ações administrativas do governo gaúcho. A publicação teve acesso a gravações de conversas mantidas entre o ex-chefe de gabinete de Yeda entre 2002 e 2006, coordenador de sua campanha eleitoral e ex-chefe da representação do governo gaúcho em Brasília, Marcelo Cavalcante, e Lair Ferst, indiciado pela Operação Rodin pela fraude que desviou pelo menos R$ 44 milhões do Detran. O corpo de Marcelo foi encontrado no lago Paranoá em fevereiro deste ano. Lair foi o responsável pelas 10 horas de gravações, em poder do Ministério Público Federal. Depois disto, a revista entrevistou a viúva de Cavalcante, Magda Koenigkan, que confirmou o conteúdo das gravações. Ela contou que Marcelo soube da existência dos áudios. "Lair lhe mostrou as gravações e disse que as entregaria às autoridades para provar que os responsáveis pelos desvios no Detran eram integrantes do governo Yeda, e não ele". Mais: ele também avisou Yeda sobre o esquema de corrupção no Detran e disse ter entregue a ela uma carta de 8 páginas na qual Lair Ferst descrevia o modo como os recursos eram desviados. Site do PT-RS
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segunda-feira, 11 de maio de 2009
PT-RS articula abertura de CPI contra Yeda Crusius para apurar corrupção
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